O mapa autárquico português, em 33 anos de Poder Local e dez convocatórias eleitorais (1976-2009), registou, aparentemente, grandes mudanças na configuração político-partidária.
O mais evidente será a região alentejana, onde o PCP e partidos-satélite têm sofrido derrotas sucessivas. A hegemonia de outrora, que coloria a planura do sul com a rubra ortodoxia comunista, cedeu à penetração socialista e social-democrata, agudizada desde 1997 e que configura, hoje, uma tessitura esburacada, na fímbria do desaparecimento. Não foi a única alteração cromática no sufrágio municipal: a norte do Lis, cada eleição configura batalha renhida entre Direita e Esquerda moderadas, recompondo a paisagem geral em retalhos, mas mantendo o essencial - um mosaico que afirma a preponderância de PS e PSD, a divisão dos torrões entre laranjal e roseiral. Com pedaços, pequenos, em pousio. Até à próxima colheita. Nesta paleta, será que a enxertia dos independentes poderá frutificar?
Os frutos da experiência autárquica seminal, em Dezembro de 1976, sinalizaram o que se consolidaria depois: o PS foi o mais votado, assumindo a Presidência de 115 câmaras, safra igualada pelo PSD, não obstante ter colhido menos 9% dos votos. A distribuição, essa, foi desigual - a sigla rosa vicejou com mais força no litoral e zonas urbanas, enquanto o PPD/PSD se implantava no Interior-Norte e Centro. O PCP, à cabeça da APU, lançaria raízes no Alentejo e na "cintura vermelha" de Lisboa, conquistando 37 câmaras. O CDS, insuflado pelas legislativas daquele ano - elegeu 42 deputados -, obteve 36 presidências. O PPM alcançaria uma, a Câmara de Ribeira de Pena.
Ou seja: Em 33 anos, o PCP perdeu 9 Câmaras, sendo que 5 foram para militantes seus, que tiveram uma birra.
ResponderEliminarConclusão: Daqui por 500 anos, não há Câmaras comunas.
...mas haverá mundo nessa altura?
Ao anónimo 19-10-2009 21:31, a matemática não é o teu forte?
ResponderEliminaro ps venceu as eleições no alentejo,o pcp tem apenas quatro e só três valem a pena.
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